Na última reunião da Comissão Paritária do PAS/SERPRO, realizada na terça-feira (28/10),
a empresa surpreendeu os representantes dos trabalhadores ao anunciar um reajuste de
16,53% nas mensalidades do plano de saúde. O mais grave: a decisão já havia sido
aprovada pela Diretoria do SERPRO antes de ser sequer apresentada à Comissão,
desrespeitando o caráter paritário e o diálogo que deveriam orientar esse espaço.
Essa postura autoritária soma-se a outras medidas recentes que aprofundam a insatisfação
e a insegurança entre os trabalhadores e trabalhadoras. A retomada das cobranças de
coparticipação de atendimentos realizados há muito tempo, em meio a falhas
reconhecidas pela própria empresa no processamento dos dados, é mais um exemplo de
como a alta direção do SERPRO tem tratado o PAS de forma contrária à importância que o
tema da saúde merece.
E como se não bastasse, a tentativa de demitir todos os auxiliares da empresa,
anunciada e revogada em menos de 24 horas, escancarou o total desrespeito com a vida
funcional e emocional das pessoas. Decisões graves, tomadas sem diálogo, sem estudos
técnicos adequados e sem qualquer sensibilidade com quem constrói diariamente o
SERPRO.
Agora, diante de um aumento tão expressivo nas mensalidades do plano de saúde, o
resultado é previsível: muitos trabalhadores e trabalhadoras simplesmente não
conseguirão continuar no PAS/SERPRO. Um reajuste dessa magnitude empurra parte da
categoria para fora da cobertura de saúde, fragilizando o caráter solidário e coletivo do
plano, que é uma conquista histórica do Acordo Coletivo de Trabalho. Ressaltamos que tal
medida diminuirá ainda mais a baixa participação da empresa no custeio do plano, e
também chamamos atenção para a possibilidade do Conselho de Administração da
empresa determinar um percentual ainda maior para o reajuste.
Os representantes dos trabalhadores na Comissão Paritária repudiam veementemente
essa decisão unilateral e reafirmam que qualquer medida que impacte o bolso e a saúde
da categoria deve ser amplamente discutida e construída de forma transparente.
Chamamos todos e todas a resistirem a mais esse ataque ao nosso direito à saúde,
participando ativamente das mobilizações, assembleias e debates organizados pelos
sindicatos e pela FENADADOS.
Defender o PAS/SERPRO é defender o princípio da solidariedade, a dignidade e o
respeito aos trabalhadores e trabalhadoras!
Representantes dos trabalhadores na Comissão Paritária de Saúde e Coordenação
Nacional de Campanha